Pulicamos a seguir trechos do capítulo II do manual soviético Noções fundamentais de economia política, de Luis Segal, publicado na década de 1930. Este capítulo, intitulado A produção mercantil e suas contradições, lança bases para compreender o fundamental sobre o estudo do nosso grande fundador – Karl Marx – acerca da mercadoria, seu valor e sua circulação ao longo de toda a história da produção mercantil e, em particular, no capitalismo.
O primeiro capítulo deste manual já foi publicado neste blog, repartido em cinco partes, sob o título geral de O desenvolvimento econômico da sociedade, onde estuda-se sinteticamente a história das sociedades comunista primitiva, escravista, feudal e burguesa.
Noções fundamentais de economia política
Luis Segal
Capítulo II – A produção mercantil e suas contradições
Marx inicia o estudo da produção capitalista analisando a mercadoria. É levado a isso porque, na sociedade capitalista, domina a produção de mercadorias. Por outros termos, porque, nessa sociedade, os produtos não são destinados ao consumo individual imediato, mas, em lugar disso, são levados ao mercado para serem trocados.
No regime da produção mercantil, as relações de produção entre os homens apresentam-se sob a forma de relações entre mercadorias. Consideremos a relação de produção fundamental na sociedade capitalista: a exploração do proletariado pela burguesia. Para que o capitalista possa explorar o operário, tem que comprar a sua “força de trabalho” como se esta fosse uma mercadoria. O operário recebe do capitalista o preço dessa mercadoria – o salário, com o qual, por sua vez, ele compra outras mercadorias: seus meios de existência.
Quais as relações dos capitalistas entre si? Compram e vendem mercadorias uns aos outros. Na mercadoria, pois, estão caracterizadas e definidas as relações de produção da sociedade burguesa.
A riqueza das sociedades nas quais domina o regime capitalista de produção, equivale a um “imenso arsenal de mercadorias” e sua forma elementar é a própria mercadoria [1]
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